LabicAR, outubro de 2018

12 de outubro

Gentes diversas, lindas e con ganas de luchar da ibero-america inteira estiveram entre 10 e 21 de outubro trabalhando em 10 proyectos en #Labicar, laboratórios de inovação cidadã promovido pela Innovación Ciudadana junto ao Santalab, em Rosário (Argentina). Na beira do grande rio Paraná, uma lufada forte de esperança na colaboração e en la construcción de nuevas formas de vivir y colaborar (esto es hacer política tambien, no?) enquanto las viejas formas reacionárias ameaçam retornar para nuestro Brasil sem memória. Feliz de estar aqui colaborando e (in) tentando construir formas de resisténcia ciudadana.

(escrito propositadamente en portuñol selvage, la lengua no oficial del evento – y del futuro)

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22 de outubro

Quem me conhece faz algum tempo sabe que latino-américa sempre foi meu sul. Não que exclua aquilo que vem do norte ou vá de um latino-americanismo ingênuo a achar que toda a maldade pra nós vem dos EUA e da Europa (e muita vem mesmo, mas não é o caso agora). O mundo não é tão binário e nem há tanta clareza entre “bons e maus” para fazer divisões fechadas.
Mas o fato é que nós, latino-americanos, ainda nos conhecemos muito pouco. Olhemos para os lados: quanto estudamos da história dos países que nos cercam nas escolas? quantas artistas, escritoras, políticos ou historiadores do nosso continente conhecemos na nossa adolescência? Há todo um potencial de referências, afetos, semelhanças e diferenças que, quando se encontram, se friccionam de uma forma que essas questões sempre me vêem à tona, com um tanto de lamento (pelo nosso cruel destino-colônia) e outro de euforia (somos muito/as, e potentes demais para ficarmos longe).

Para mim, o #labicar, terminado sábado passado em Rosário, foi mais uma confirmação desse sentimento. Quase 100 pessoas muito interessantes e diferentes de vários países da ibero-américa juntas durante 10 dias trabalhando com inovação (tecnológica, cidadã, cultural) geram um encontro muito muito forte de risadas, ideias criativas, afetos, festas, discussões apaixonadas, organização lógica-hacker, formação de redes. É um reconhecimento de diferenças e semelhanças que nos faz continuar os caminhos meio tortos que rompem tratados, traem os ritos, gritam, desabafam e nunca se dão por vencidos, como disseram João Ricardo e Paulinho Mendonça na sempre linda “Sangue Latino” (e a preocupação e o apoio genuíno que nós brasileiros recebemos contra a ameaça de anos de retrocesso com Bolsonaro é só uma dessas várias irmandades latino-americanos que nos acalentam).

Gracias a Santalab, Innovación Ciudadana y a toda la gente que proporcionó este encuentro tan tan potente. A pesar de toda la mierda que estamos en Brasil, hay que seguir: precisamos seguir, vamos seguir. Resistir siempre ha sido con nosotres.
As fotos abaixo foram tiradas durante o evento; algumas delas são das ações da nossa equipe MercadoJusto.com.ar, um “marketplace” de produtos de comércio justo que prototipamos durante os 10 dias do evento. Entrevistamos produtores locais, pensamos em modelo de negócio e fizemos um videozito para a apresentação final do projeto no Teatro.

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Parte da equipe e o garoto-propaganda feliz com sua camiseta LabicAR

 

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Em uma feira de produtos artesanais e agroecológicos de Rosário, entrevistando produtoras de cosméticos naturais

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Equipo completa. Em sentido horário, Peru, México, Brasil, Argentina e Equador

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Apresentação final do projeto no Teatro Príncipe de Astúrias, no Parque España, em Rosário

Livraria que amamos (1)


shakespeare and co

Escrevi isso esse texto em 26 de janeiro de 2013, quando estive em Paris. Não me orgulho dele, mas reproduzo aqui:

Sei que é meio brega postar estas coisas, mas foi emocionante.
A livraria (ainda) é realmente incrível, espaço pequeno, apertado, daqueles de folhear um livro e pedir licença pra pegar o outro e não esbarrar no próximo leitor. Tem um piano pra quem quiser tocar e bonitos sofás pra sentar e ler calmamente. Acervo e preços bem ok (só de livros em inglês). A história e a aura gigante dali não se sustentariam se ainda não fosse um lugar interessante e aberto a novidades. E finalmente comprei um livro da City Lights, a editora de Lawrence Ferlinghetti que publicou os beats pela 1ª vez, o “Uivo” inclúido. (o livro adquirido foi “
San Francisco Poems”, do próprio Ferlinghetti).